Biografia de Artur Bruno destaca ações educacionais no meio ambiente do Ceará

Sâmya Mesquita
6 de jun. de 2024
4 min de leitura

Nesta sexta-feira (7) será lançado o o livro Artur Bruno – Caminhos de Educação e Meio Ambiente no Ceará. A obra entrelaça a trajetória do professor e político com a história da educação e do meio ambiente no estado, destacando suas contribuições e refletindo sobre o impacto das ações socioambientais

Vivemos um tempo de colheita: desmatamento ambiental, aquecimento global e desastres naturais são reflexo da falta de atenção que a humanidade vem tendo com o meio ambiente. Com isso, a educação acaba sendo uma chave para a diminuição dos efeitos nocivos que impusemos ao planeta. É no desejo de fazer o cearense dar mais atenção à causa ambiental que, nesta sexta-feira (7), a professora Najlla Cabral lança o livro Artur Bruno – Caminhos de Educação e Meio Ambiente no Ceará, uma biografia sobre o professor e político que perpassa anos de atividade em prol destas áreas. O evento ocorre às 19h no Teatro Nadir Saboya, do Colégio Farias Brito, e promete ser uma noite de celebração e reflexão sobre o impacto das ações socioambientais no estado.

O livro, escrito pela ex-aluna de Artur Bruno, vai além da biografia individual. A autora tece uma narrativa que entrelaça a vida de Bruno com a história da educação e do meio ambiente no Ceará, desde a década de 1970 até os dias atuais. A obra detalha as contribuições significativas de Artur Bruno, um dos maiores defensores da educação e do meio ambiente na região, e destaca suas políticas e projetos inovadores que têm moldado o futuro sustentável do Ceará. O prefácio do Ministro da Educação, Camilo Santana, será apresentado ao público pelo Governador do Ceará, Elmano de Freitas.

Ao Tapis Rouge, a autora destaca que a ideia da biografia surgiu da admiração pelo personagem, datada de quando ainda era sua aluna de História no Colégio Cearense Sagrado Coração — atual Centro Universitário Estácio. “Foram mais de três anos de dedicação à leitura de documentos, artigos de jornais e reportagens de fontes primárias fornecidas pelo professor Artur Bruno sobre sua vida. Então, compreendo que este livro é uma tentativa de traduzir em gratidão os muitos ensinamentos que ele se dedicou, ao longo de 45 anos de magistério, a transmitir aos seus alunos de Estudos Sociais, de História e de Geografia, bem como de seu legado na proteção do direito ao meio ambiente e dos direitos humanos, notadamente da juventude”, afirma a professora com mais de 35 anos de atuação na área ambiental.

Trajetória e legado

Artur Bruno também nos fala da honra de ganhar uma biografia. “Eu achei muito cedo [para escrever uma biografia sobre mim] porque eu vou fazer 65 anos agora em agosto. Normalmente a biografia se faz para alguém que já partiu ou então alguém que já está bastante idoso, né? [risos]. Mas ela insistiu, afirmando que a minha história tem muito a ver com a história da educação e do meio ambiente do Ceará; e que ela gostaria muito de escrever”, diz o atual assessor especial de Assuntos Municipais do Governo do Estado Ceará.

Artur Bruno é autor de dez livros, muitos deles tratando da legislação de educação. Neste, em específico, Najlla acompanha a trajetória de Artur Bruno em 45 anos de magistério e 35 anos de vida pública. Ao longo de sua carreira, foi deputado estadual por quatro mandatos e deputado federal por um mandato. Entre 2015 e 2022, o ambientalista atuou como secretário de Meio Ambiente do Ceará, período em que se dedicou intensamente à preservação ambiental do estado. “Educação ambiental está no currículo da educação no Brasil do ensino básico como um um tema transversal, assim como está outros temas. A questão é que, como não há disciplina específica, acaba que o ensino não é feito da maneira mais adequada”, explica o professor.

O pedagogo ainda afirma que, neste momento de mudanças climáticas profundas, os processos extremos de degradação ambiental sejam refletidos nas escolas. “A gente sente falta de que, desde a pré-escola, já se tenha uma base da importância de cuidar da natureza. E que o nosso comportamento pode prejudicar a qualidade de vida na terra, seja de animais, de vegetais ou a própria vida humana. Algumas escolas fazem isso bem, mas a maioria ainda deixa muito a desejar no que se refere a educação ambiental”.

Najila reconhece que houve avanços importantes a partir da Política Nacional de Meio Ambiente, de 1981. Mas a ineficiência de gestão ambiental não pode ser direcionada exclusivamente aos gestores, pois a sociedade também pode construir o ideal de sustentabilidade. “Pessoas informadas são capazes de mudar hábitos e costumes no sentido de induzir a economia para patamares sustentáveis, sem esquecer de nenhuma pessoa e com absoluto respeito às diferenças e diversidades. Precisaríamos de boas práticas exercidas nos diferentes segmentos da sociedade, por meio da educação ambiental formal e não formal”.